sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um títere

Um títere


Mulher,

Cansei de ser seu boneco de amor

O teu arroz, feijão e couve-flor


Às vezes em dias de noite

Num fugaz nascer de sol, nós

Entre quatro paredes de anzóis


Mulher,

Cansei de ser seu boneco girassol, desato os nós

Cansei de fazer realidades de lençóis

A dois sou nota só


Mulher,

Sou teu caviar

Um títere

Sem girassol

A esvair


Mulher,

Cansei de ser boneco inanimado

Com atos programados


Mulher,

Saio

Rasgo lençóis

Ancoro teu coração alado


Mulher,

Cansei de ser feliz

Num porta-retrato imaginário

Quero um amor literário

Não de uma atriz


Mulher,

Cansei de estar

Do lado de fora do faz-de-conta

De ser em teu mar onda


Boneca, não sou seu conto de condão

Tenho alma, espírito e coração

Horizontes sem suas mãos

Sou beija-flor

Digno de amor


Mineirim das Gerais

03/11/2010

02:30

Nenhum comentário: