Um títere
Mulher,
Cansei de ser seu boneco de amor
O teu arroz, feijão e couve-flor
Às vezes em dias de noite
Num fugaz nascer de sol, nós
Entre quatro paredes de anzóis
Mulher,
Cansei de ser seu boneco girassol, desato os nós
Cansei de fazer realidades de lençóis
A dois sou nota só
Mulher,
Sou teu caviar
Um títere
Sem girassol
A esvair
Mulher,
Cansei de ser boneco inanimado
Com atos programados
Mulher,
Saio
Rasgo lençóis
Ancoro teu coração alado
Mulher,
Cansei de ser feliz
Num porta-retrato imaginário
Quero um amor literário
Não de uma atriz
Mulher,
Cansei de estar
Do lado de fora do faz-de-conta
De ser em teu mar onda
Boneca, não sou seu conto de condão
Tenho alma, espírito e coração
Horizontes sem suas mãos
Sou beija-flor
Digno de amor
Mineirim das Gerais
03/11/2010
02:30
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