quarta-feira, 31 de agosto de 2011

duas duas

duas

duas

Somos duas, Ana Cristina: você, o reverso de mim. E, no entanto, tão minha: minha Ana Cristina funda e aflita e feita de morte. Ou seria eu a morte que desde pequena passeia por todos os poros e bafeja um desejo infinito de definhar ou descansar? Descansar, Ana Cristina. Porque foi cansativo nascer: tão cansativo que eu pensei que não suportaria um dia a mais. E então me puseram um vestido cor-de-rosa bonito e todo feito de delicadeza e eu pensei que para sempre minha voz teria que ter a finura daquele violino triste que ouvimos juntas naquela tarde. E foi essa meiguice, Aninha, exatamente essa meiguice que esmagou para sempre o meu coração: sabe o que acontece quando um coração cresce esmagado? Ele jamais desata. Jamais desata, Ana Cristina. Jamais desata de si mesmo: prende-se ao eu-embaraçado em si e acredita-se a única verdade do mundo. Então, espanta-se diante da morte. Diante de Ana Cristina morte funda e aflita: Ana Cristina e sua voz grave: Ana Cristina e o abismo. Você e o meu abismo. Você é o meu abismo. E eu me apaixono a cada dia pelo abismo e pela gravidade potente de sua voz: voce trajava preto enquanto eu era toda feita de babados cor-de-céu e cintilava feito fada. Mas sempre ferida. E, você sabe – porque você sabe de tudo: quem não grita, um dia grita. E, quando grita, grita para si mesma: arranha-se e fere-se com toda a vontade do mundo. E deixa tudo sangrar tanto, tanto, que já não sabe de quem é a culpa. Então eu pego a culpa. Engulo. E passo para a próxima. Por isso eu preciso de você, Ana Cristina: eu preciso de você, a outra. Você: a morte. Você: a vida em pulsação infinita. Você, que nunca vai ser mãe e que, no entanto, pariu meus dedos tortos e loucos – meus dedos que sabem tecer alegrias nas letras e no amor. Quando sabem do amor. Ana Cristina, eu fiz uma promessa. Várias. Mas deus me abandonou sozinha num canto dizendo que eu orava a uma deusa louca – dessas que empunham bandeiras pesadas. E eu descobri que era para você a minha prece. Ana Cristina: meu Cristo. Que não se desfaz triste na cruz, mas voa. Em fúria, amor e volúpia. Com aquela pontada de ternura que afunda em mim.


Diz que era mentira, Ana Cristina. Aquela coisa de que o coração fica esmagado para sempre.

Jardim


Jardim


Quis traçar nas entrelinhas sentimentos lindos

Colorir laudas brancas com seu encantador sorriso


Mas...


A causa sublime esvai

Quando encontro-me distante de ti


No ir colho o fluir

Pétalas-asas


Aconchegado pelo Jardim

Toco clarins


Pouso

Entre flores

Verbo dos amores


Mineirim das Gerais

31/08/2011

01:32

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Onde pousou o viver

Luiza Maciel Nogueira

Onde pousou o viver


O pôr-do-sol dessa distância

Reflete sua triste ausência

Com tão presença


E não há nada que eu possa fazer

Para um novo dia alvorecer

Não posso sem você


Querida, meu amor

Preserva a flor

Intacta no livro de poesias


Entre distancias

Perece a esperança

E eu não quero sofrer

Com dois antigos quereres


Querida, nosso amor

Não se esvai

Sinta, aí!


Irrompe a neblina

Atenue a distancia

Remate a dor


Lembranças sem presenças

Não servem para nada

Além de causar o sofrer

Onde pousou o viver


Querida ainda pode querer

Unir

As cores do arco-íris

Com os perfumes do jardim

Contidos em mim


Mineirim das Gerais

15/08/2011

17:26

Oração para superar passados ancorados no presente

Oração para superar passados ancorados no presente

Que o tom do Dom seja sempre vivaz em teu Espírito para que suplantes os desvios que lhe assaltam o futuro e para que sejas lapidados os passados ancoras em seu presente.

Que sua oração seja fonte de liberdade entre tantos nós que enfraquecem tua voz de alçar o universo com tão sutis e belas notas de sua alegria interiorana.

Ave seja sempre fonte plena de Luz, Paciência e Fé.

Abraços fraternos,
Wellington
14/08/2011?

sábado, 13 de agosto de 2011

Deus em Eu´s

Que dentre nossas máscaras constituímos uma persona versátil, solidária e sensível às faces ocultas de nossas ancestralidades presentes em nossas consciências psíquica e social.

Que um novo homem renasça

Que um novo esperançar se faça


Que o devir

Brilhe


Tão sublime

Quão o segredo de D'eus


Confiados por Deus

Em tantos semelhantes eu´s


Mineirim das Gerais
13/08/2011
20:39

http://www.youtube.com/watch?v=8dP4_lp5mOM&feature=player_embedded#at=36

Hey, That's No Way To Say Goodbye

Ao ouvir Hey, That's No Way To Say Goodbye de Renato Russo, brotou uma poesia.


O beijo suave se fez pétala em teus lindos lábios
Hoje distante dos risos
Miro o rio


Restou-me apenas o brilho
Quando rio


Os teus beijos
Colorem pétalas

Em instantes em que choro
As dores dos espinhos
Tidos

Hey, That's No Way To Say Goodbye

Mineirim das Gerais
13/08/2011
18:45