quarta-feira, 27 de abril de 2011
Deus e Homem – Reflexões sobre minha Espiritualidade
sábado, 23 de abril de 2011
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quarta-feira, 20 de abril de 2011
Paisagens de Mim
Sinto um encantamento em mim mesmo quando percebo meu deslumbramento ao sentir no pulsar alheio sentimentos realizáveis – compreendo a extensão da grandiosidade do ser humano de ser um espírito que transcende o horizonte primeiro e se coloca a desbravar no sumo constante de realizações infinitas, por mais que a mim se ancora a alma -.
Deslizo sobre a fluidez das alegrias que transbordadas pelos semblantes felizes, me fazem sentir idênticas emoções contidas no instante belo quando se é criança ao deslizar pelo escorregador de um parquinho de uma praça qualquer de uma cidadezinha qualquer...
Ressou presenças que brotam do abismo dos silêncios, paulatinamente colam-se , no fluir dos pensamentos desprendidos nos ares que transitam em fronteiras opostas, porém jamais contrárias ao pêndulo do existir florescido em mim. – lembranças esquecidas diluem-se entre o afã da sutileza do vôo das asas da borboleta salgadas pelo sal das lágrimas a beira de desejos outrora almejados e realizáveis -.
Transcorrem-se...
Palavras vãs;
Sãs!
Aos quatro ventos...
Grito;
D-eus...
Eu!
Mineirim das Gerais
20/04/2011
21:44
terça-feira, 19 de abril de 2011
MÓRBIDO CARROSSEL - Lara Amaral
MÓRBIDO CARROSSEL
Lara Amaral
Já possuía mais frieza para olhar pessoas mortas. Ossos do ofício. Aquela figura pendurada no ventilador do quarto com uma corda no pescoço já não era uma cena tão sinistra como seria quando começou no emprego há 11 anos. Até coisas morbidamente hilárias passavam por sua cabeça ao imaginar a cena. Poderia ter dado errado, por exemplo, o homem, na hora de subir na mesa, poderia ter escorregado e esfolado o joelho, torcido o tornozelo, caído numa risada desesperada e até desistido do feito; ou na hora de pular da mesa, o ventilador poderia ter se desprendido do teto e o homenzinho estaria ali chorando agachado no chão pensando o tanto que era imprestável até para se suicidar. Mas não, no caso, havia dado certo, se puder se referir a tal fato dessa forma... Enquanto o corpo balançava quase imperceptivelmente, ele imaginou se o ventilador pudesse ser ligado e, ao invés de parecer uma carne dependurada num açougue, o homem ali pareceria uma das hastes daqueles carrosséis de filmes antigos, que giram como se soltos no ar... como seria estar num carrossel daqueles? Bem, com certeza não seria a mesma sensação que lhe passava aquela cena nada pictória que estava a sua frente. Ao se aproximar mais do corpo, ele percebe brilhar ali no chão, com o seu ar clichê e magistral: o bilhete. Os dizeres borrados e a caligrafia tremida não deixavam dúvidas de que aquele foi o último legado do homem do ventilador. Leu só por desencargo de consciência, saberia mais ou menos o que estaria escrito: coisas que ficaram por fazer, por decidir, por sentir... coisas árduas demais de se verbalizar, e que só surtiam efeito por estarem impressas ali... coisas primordiais que foram escolhidas por último. Mas o fim que chegava por uma escolha deveria ser amarrado de alguma forma, o fecho precisava de toda a sua dramaticidade, e o bilhete era a chave, as reticências, o ponto final. E o homem ali que o lia sem prestar muita atenção pensava mais em como seria seu próprio encerrar de palavras não ditas. |
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Larissa Amaral Teixeira, que usa o pseudônimo de Lara Amaral como assinatura poética, nasceu em Brasília em 1986. Formada em Jornalismo, escreve poesia desde os 13 anos e arrisca alguns contos de vez em quando. Publica no espaço virtual: http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com/. |
- escreva para ZUNÁI: claudio.dan@gmail.com